Não há palavras que expresse o que sinto,
Nem soneto que condense o meu grito.
Esse verso que faço nunca foi dito
Nasceu de mim, cresceu e foi extinto.
Não há herói, qualquer que seja o mito,
Que sofreu um desgosto tão distinto.
A dor é tamanha, quase um instinto,
Nasceu de mim e ruma ao infinito.
Se escrevo é por força invisível.
Algo que vai além de mim, de tudo,
E me arrasta junto a essa dor terrível.
Ou talvez escrevo como quem chora
Para soltar ao mundo o grito mudo
Na tentativa vã de ele ir embora.
L.N.
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